quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Quando éramos crianças"- 2º conto


2º conto:
Tenho muitas saudades de quando éramos criança, (nascidos em 1950, 1960 até1970).
Morava em Juiz de Fora - MG, no bairro São Mateus, ao qual fui gerado, gestado e parido, Maternidade Santa Teresinha de Jesus, esquina das ruas Padre Café com Rua São Mateus. Eu conhecia todos e tudo, quando nasci filho de um açougueiro , rapaz trabalhador vindo da roça, município de Torreões era casado com uma mulher linda vinda também de uma roça da cidade de Santo Antonio do Chiador, perto da divisa de Minas com o Rio de Janeiro (Três Rios - RJ), para estudar, morava na casa dos tios maternos, que eram solteiros na Rua Osvaldo Aranha. Meu pai estava muito bem nos negócios no período de meu nascimento, e durante a evolução política do país que se aproximava de um golpe militar. Quanto ao fato de meu nascimento, que contam que houve uma grande festa, meu pai ficou muito feliz, e para tanto me registrou com o seu nome em vez de Jéferson como combinado com minha Mãe. Por volta de meus quatro anos, morávamos em uma ruazinha plana, Rua Luiz de Camões, numa casa com terreiro e as poucas lembranças que me restam é que eram uma festa, meu irmão cinco anos mais velho, sempre muito esperto e articuloso, imagino, sofria com minha presença sempre lhe pentelhando, fatos já relatados por minha mãe, que por certa vez, foi verificar o motivo de meu sumiço dentro de um carrinho de bebe, juntamente com meu irmão, que estava escalado para me olhar, deparou com uma cena nada agradável, meu irmão e outros dois amigos pendurados no carrinho de bebê descendo uma ladeira no maior pau, e eu chorando dentro do carrinho. Este meu irmão era Fóda! Eu como bom curioso me perguntava como que aquela figa, uma mãozinha moldada em gesso, podia marcar a temperatura, e minha irmã mais velha sete anos a mais, me explicou, mas eu não conseguia entender o movimento do mercúrio, e para tirar a dúvida risquei um fósforo e acendi um papel e comecei a brincar com o fogo no bulbo do termômetro até que ele explodiu, aí fiquei ferrado, de castigo. Minhas experiências não paravam por aí, um belo dia, eu deveria ter uns três a quatro anos, resolvi esvaziar os quatro pneus do jeep de meu pai, que ficava parado em frente de casa, e era usado de tempos em tempos para matar algum boi no mato, para negociar, mas no dia a dia o pai tinha outros carros, e não é que eu consegui esvaziar os quatro pneus e aí a confusão foi grande, mas não falei nada, e o bicho pegou. Meu pai era um jogador compulsivo, jogava carteado apostado, aliás, apostava em tudo, e não podia faltar, jogava no bicho, e eu ficava algumas vezes escalado de buscar o resultado logo na primeira hora da manhã, e como era difícil de me explicar o que era o jogo do bicho, meu pai aproveitava a ocasião e me falava para ver que bicho tinha aparecido na rua aquela noite, aí ele já me disciplinava quanto ao horário e pegava o resultado do dia, só que eu passei por muito tempo com minha imaginação a toda, mandava minha irmã sair a noite para ver a lua, só para confirmar se o bicho ia sumir com uma chata. Imagina o velho me falava deu cobra, elefante e cavalo. Que época de medo! Nesta época eu já era vidrado em carro, e já conseguia distinguir o carro pela sua roda e meu pai se vangloriava disto com os amigos. Nesta época tínhamos um cachorro de porte médio, vira-latas, todo preto chamado ZULÚ, em homenagem a um grande chefe africano da época. ZULÚ era um cachorro super manso, montávamos cavalo, puxávamos seu rabo, e mesmo assim, ele nunca reagia com raiva. Tínhamos amigos, mais de meu irmão , o Nelsinho, o Paulinho, irmão do Nelsinho, e os irmão Grizendes,  sopa, Afrânio, Eduardo, o Mingau, e suas duas irmãs. Em 1968 ou 1969, veio à crise do golpe e junto a quebradeira de meu pai teve que mudarmos para o bairro logo próximo de São Mateus, para o Altos Passos, Rua Dom Viçoso com Rua Moraes de Castro (Continua 3º conto)

Um comentário:

  1. A saudade é invólucro, um tormento que nos persegue.Somente a barreira feita de esperança nos separa,livres no presente
    Fran.

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